sábado, 19 de setembro de 2015

O Drama dos Refugiados | ATUALIDADE

Como todas as pessoas que estejam minimamente atentas ao mundo exterior, a crise dos refugiados deixou me a pensar durante bastante tempo na posição que eu, enquanto cidadã de um país desenvolvido como Portugal, tomaria se de repente me entrevistassem na rua em busca de uma opinião.  
Foi um tema que me deixou bastante dividida: claro que o meu lado humanitário me dizia que tínhamos que ajudar estas pessoas o mais rápido possível mas o meu bom senso dizia que havia outros fatores a ter em conta e que, a longo prazo poderiam ter graves consequências para a Europa.
Já queria fazer um post a partilhar a minha opinião há algum tempo mas quando se trata de assuntos tão sérios e que estão tão em vogue, gosto primeiro de fazer uma boa pesquisa para saber exactamente aquilo de que estou a falar. 
Foi este video que vi no Jornal de Noticias que me esclareceu muitas das dúvidas que tinha sobre este tema  (recomendo o a quem quiser saber mais sobre o assunto).


Um dos principais problemas que as pessoas apontam a esta invasão em massa dos refugiados é que a religião muçulmana vá ter cada vez mais apoiantes . Na verdade, e segundo os dados desta pesquisa, nem que a Europa aceitasse os 4 milhões de refugiados sírios, a percentagem de muçulmanos apenas subia 1%. 
Outra preocupação comum é o facto de certos países não quererem acolher mais refugiados porque "já cumpriram a sua parte". A verdade é que 95% dos refugiados estão a ser acolhidos em países vizinhos, com muito menos poder económico que os países da união europeia.
Outro aspeto que o video tenta focar é o facto de os refugiados serem pessoas como nós, que estão a enfrentar uma crise. Seria uma vantagem a Europa acolhe-los porque a grande maioria deles já têm uma educação ou curso que ajudaria a promover a dinâmica dos mercados de trabalho.

Confesso que este video me veio abrir os olhos em relação a vários tópicos e me deixou mais descansada. Mesmo assim, houve certos aspetos em que o video não tocou: então e as pessoas que já estão mal nos nossos países, por exemplo, os sem abrigo? Porquê ajudar os outros se não nos conseguimos ajudar a nós próprios? É verdade que este é um problema interno que devia estar a ser resolvido mas esta é uma crise à escala MUNDIAL e a Europa tem de se unir (e esquecer os problemas internos temporariamente) para conseguir resolver a questão. É um esforço comum que tem de se fazer, um sacrifício por um bem maior, uma ajuda que tem de ser dada AGORA. Imaginem isto como um jogo da corda: se estivermos todos a puxar para o mesmo lado e de repente alguns países abandonarem a corda porque "têm de tratar de problemas pessoais", os que ficam a segurá-la vão ter muitas mais dificuldades. E será justo para os outros países abandonarmos a corda e atirarmos para trás das costas as nossas responsabilidades?

Outro grande problema é a suspeita de que, no meio de tanta gente, virem terroristas misturados, na esperança de se introduzirem na Europa. Na minha opinião sim, agora os muçulmanos têm uma maior facilidade me entrar na Europa pois não há grande controlo nas fronteiras, mas este é um tipo de indivíduos que têm acesso a transportes, documentos falsos e informação e não que não precisam de arriscar uma travessia tão mortífera e perigosa como a que os refugiados estão a passar.

Para demarcar a minha posição, concluo: sim acho que devemos ajudar estas pessoas, é um dever enquanto participante da UE. Devemos contribuir para as recolhas humanitárias de ajuda (com roupa e brinquedos por exemplo) e acolher no nosso pais a nossa percentagem de refugiados. Esperar que o resto da Europa tenha o bom senso de fazer o mesmo e que esta crise esteja resolvida o quanto antes. Por enquanto, quando estiverem a discutir este tema com os vossos amigos evitam usar argumentos pré concebidos ou míticos pois isso só vai aumentar o preconceito e a relutância das pessoa em acolher os refugiados e criar uma imagem negativa e falsa desta gente.


Sem comentários:

Enviar um comentário

© Uma colher de arroz
Maira Gall