Hoje, e pela primeira vez no meu blog, passo a emissão a outra pessoa, neste caso uma amiga minha que está a estudar direito.
Espero que gostem! Qualquer dúvida deixem nos comentários que eu as farei chegar até ela.
Nome: Ana Calejo
Curso: Direito
Faculdade: Faculdade de
Direito da Universidade Católica do Porto
Ano: 1º ano
(terminado)
- O que é que te levou a escolher este
curso?
Durante o
secundário, (como aluna de Línguas e Humanidades) as opções que me surgiram na
cabeça como possíveis cursos aos quais me iria candidatar eram Direito ou
Línguas e Relações Internacionais (que existe apenas na FLUP) porque sempre
tive um “bichinho” que gosta de aprender como a sociedade e o Governo funcionam
e desde que me lembro que adoro aprender línguas estrangeiras, viajar e
conhecer novos lugares. Contudo, antes de decidir que curso iria escolher, fui
preocupando-me, ao longo dos 3 anos, em ter uma boa média para que, no final do
12º ano, pudesse escolher um curso à vontade sem restrições. Relativamente ao
curso, fui falando com pessoas amigas, mais velhas, e com certa experiência e
aconselharam-me Direito: salientando a ideia de que as saídas deste curso não
eram só advocacia e magistratura, mas também saídas profissionais ligadas ao
mercado de trabalho internacional como diplomacia. Concluí que, se seguisse o
curso de Direito conseguiria estudar leis, o ordenamento jurídico, mas se
quisesse, também conseguiria a parte de “relações internacionais”.
- Quais foram as principais
dificuldades que enfrentaste até agora, a nível académico?
A
exigência e o rigor da faculdade, sem dúvida. O rigor da faculdade é demasiado
diferente do rigor do secundário, e ainda bem que assim é: por alguma razão se chama
“ensino superior”: estamos numa etapa superior à do secundário, não podemos
esperar que o nível de exigência seja igual. Parte-se do pressuposto que
estaremos a licenciar-nos numa área que vai ser o nosso futuro, o nosso
emprego, e temos de ser bons profissionais. Senti que, ao longo deste primeiro
ano, o rigor vai crescendo à medida que o nosso tempo de faculdade passa. Só em
dois semestres consegui notar que, por exemplo, o segundo semestre foi muito
mais exigente e mais trabalhoso do que o primeiro, e que o terceiro irá ser
ainda mais do que foi o segundo, e assim sucessivamente. É exaustivo e nota-se
uma grande mudança, mas faz parte do objetivo de nos tornarem melhores
profissionais, no futuro.
Sabatinas: As terríveis sabatinas. Na minha faculdade, quem
fizer parte da avaliação contínua (que é opcional) sujeita-se a sabatinas e a testes ao longo do semestre mais o exame no
final do semestre, (depende das cadeiras, mas a maior parte tem sabatinas). São
interrogatórios orais nas aulas que o professor faz individualmente sobre a
matéria lecionada nessa cadeira. É um momento (muito) stressante, pelo menos
para mim porque prefiro testes escritos para ter o meu tempo para raciocinar e
tentar responder (bem), o que não acontece muito nas sabatinas, porque sente-se
uma certa pressão de se responder rápido, pois se não dermos logo a resposta
damos a entender que não sabemos a matéria, o que nem sempre é assim. Existe
este regime de sabatinas com o objetivo de nos prepararem, mais uma vez, para o
futuro, quando tivermos de defender alguém em tribunal, por exemplo.
- O que achas dos métodos de
avaliação/rácio teoria-prática do curso?
A minha
faculdade deixa-nos optar por um dos seguintes métodos de avaliação:
1.
Exame final à cadeira
(e ficamos com a nota do exame)
2.
Avaliação contínua
(testes + sabatinas+ trabalhos) + exame final. Nesta hipótese a nota da
avaliação contínua só conta se for superior à nota do exame, porque se for
inferior conta a do exame.
Ora, como
viram o exame final é obrigatório, quer se esteja em avaliação contínua ou não.
Eu, até agora, optei sempre por avaliação contínua + exame pois saberia que não
iria acumular matéria e quando chegasse a altura dos exames sentir-me-ia mais
preparada. É mais desgastante porque andamos atarefados o semestre todo, quase
sem conseguir respirar, mas na época de exames percebo que é uma ótima escolha
e que vale a pena o esforço, sem dúvida.
- Na tua opinião, qual o perfil que
alguém deve ter para ser bem-sucedido neste curso?
Na minha
opinião, para se ser estudante de Direito, deve ser-se rigoroso com o que se
diz e com o que se escreve. Pensar sempre no que se vai dizer, e pensar se não
haverá um argumento ou opinião melhor que possa refutar o nosso. Estar sempre
disposto a ouvir críticas dos professores para poder melhorar o nosso
aproveitamento e desempenho. Aconselho, também, a presença no máximo número de
aulas possível, visto que são teórico-práticas (na minha faculdade) e que os
professores tentam resolver casos práticos na aula, depois de terem explicado a
teoria, o que é bom, pois os testes e exames são 90% de casos práticos para (adivinhem)
nos prepararem para o futuro; e também a avaliação contínua para manterem o
estudo em dia.
- Estás arrependida de teres escolhido este
curso?
Não! Não
mesmo! Cada dia que passa estou cada vez mais certa do curso e instituição que
escolhi. Fui para a Católica por opção, e por me terem aconselhado visto que os
docentes estão sempre dispostos a ajudar-nos, e a UCP dispõe de programas ao
longo da licenciatura que, no final do curso, se tornam prescindíveis no
momento da candidatura no mercado laboral. O curso tem muita teoria, como é
óbvio, mas tem a sua parte prática, o que é bom, porque conseguimos aplicar a
teoria e interligar matéria com o quotidiano e pensar numa solução para casos
com os quais nos podemos deparar no dia-a-dia, o que me fascina imenso.
O que acharam deste post? Alguém interessado em direito?
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